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Matéria Publicada em: 11/02/2021

FERIADO DO ANO NOVO LUNAR NA CHINA DEVE MARCAR TRANSIÇÃO DA DEMANDA DOS EUA PARA O BRASIL



Durante este período, os negócios ficam mais lentos, as atividades mais limitadas.

O feriado do Ano Novo Lunar na China começa no dia 12 de fevereiro, dura 15 dias, e é um dos mais importantes e o mais longo do país. Durante este período, os negócios ficam mais lentos, as atividades mais limitadas e o mercado da soja, dessa forma, poderia passar por uma "maré mais mansa" nestes dias, como explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting. 

"Sem compradores pressionando, o mercado perde um pouco de força, não tem muito argumento para subir forte, mas também não tem para cair demais ou a soja fica muito barata. Abaixo de US$ 13,40, em Chicago, por exemplo, o mercado já fica muito barato e não há soja para isso. E assim, somem também os vendedores", diz. 

A Agrinvest Commodities, inclusive, ilustra com gráficos a pressão sazonal que a demanda sofre na China com o feriado do Ano Novo Lunar. Na primeira imagem, a média de cinco anos dos preços da soja na Bolsa de Chicago - na linha azul - e o andamento das cotações em 2021 - na linha vermelha. Na segunda, o comportamento dos indicativos nos últimos 36 anos. 

Em contrapartida, depois desse feriado, "eles costumam vir com fome", ainda segundo Brandalizze, e isso pode reverter esse momento mais calmo do mercado da oleaginosa na CBOT. E nesta volta, o Brasil é quem deve liderar as exportações de soja para a China, acredita Aaron Edwards, consultor de mercado da Roach Ag Marketing. Os maiores volumes disponíveis estão sendo chegando mais efetivamente com o avanço melhor da colheita brasileira e deve atrair os compradores. 
"Eu imagino que grande parte desta demanda da China vai para o Brasil assim que possível, tanto porque boa parte já foi negociada, quanto pelo fato de que a soja disponível está no Brasil. Então, não acho que eles vão deixar de receber soja, mas acho que estão esperando esse volume grande do Brasil e vão dar preferência ao Brasil", afirma o especialista. 

Para Edwards, este é um movimento correto e que faz sentido, já que maiores volumes disponíveis de soja nos EUA só nos meses mais a frente, e mais fortemente ainda com a nova safra. Afinal, o total estimado da safra 2020/21 a ser exportado já está mais de 95% comprometido. 

Há algumas semanas, o mercado recebeu notícias de que a China teria feito o movimento de washout de dois a três cargos de soja do Brasil, em um momento em que a demanda pela oleaginosa norte-americana ainda era bastante intensa. E como explicou o Mário Mariano, diretor comercial da  Agrosoya e da Novo Rumo Commodities, o movimento tem provocado uma baixa considerável nos prêmios para a soja brasileira. 

"São valores (de prêmios) de 20 a 25 centavos de dólar menores do que os registros de meados de janeiro. E essa fagulha (da notícia dos washouts) já era um reflexo de uma tentativa dos chineses de fazer uma correção dos preços dos mercados internacionais e dos prêmios", acredita Mariano. "Os chineses deram uma trégua nas compras de soja americana e brasileira, empenhando-se no mercado de milho, negociaram mais de 6 milhões de toneladas em um curto espaço de tempo somente nos EUA".

Assim, Mariano acredita os compradores chineses tentarão ganhar algum tempo até a chegada da nova safra brasileira aos portos, encontrando alternativas à mercadoria cara - não só na soja, mas entre os grãos de uma forma geral - que irão encontrar neste momento diante de seu consumo intenso. "No curto prazo, eu penso que os chineses se posicionam de forma retraída, esperando a soja brasileira chegar, que não vai chegar na velocidade e no tamanho pretendido, até porque a previsão de saída do mês de fevereiro era de 8 milhões de toneladas e, dificilmente, conseguiremos embarcar acima de 4 milhões de toneladas, de acordo com uma estimativa da Cordonnier", conclui o analista. 

Para Matheus Pereira, diretor da Pátria Agronegócios, essa desaceleração deve durar até os dias 22, 23 de fevereiro, quando na sequência os operadores chineses voltam com mais agressividade ao mercado. "E temos convicção de que continuaremos a ver uma demanda muito agressiva tanto por soja, quanto por milho chinesa, mas com um nova característica. Essa demanda que ainda estava concentrada para os EUA se voltará para a América do Sul, em especial, para o Brasil.

E isso explica parte das quedas que observamos em Chicago hoje, ao perceber que todo aquele pilar na demanda por grão americano, uma vez que a soja spot do Brasil já é mais barata que a norte-americana, assim como o milho para embarque a partir de julho", diz. Assim, Pereira destaca que o Ano Novo Lunar costuma ser a "virada da chave" para essa transição da demanda - dos EUA para o Brasil - para soja e milho. 

De acordo com um boletim divulgado pelo Rabobank nesta semana, as processadoras chinesas de soja estão estocando farelo de soja temendo uma nova onda de Covid-19 durante o Festival da Primavera, ou o feriado do Ano Lunar. E embora as margens de esmagamento estejam ruins neste momento na nação asiática, em janeiro os preços do derivado acumularam uma alta de 5% em relação ao mês anterior, enquanto os preços do óleo registraram algum recuo, ainda segundo o banco internacional.

"Olhando mais a frente, começando em março, a soja da América do Sul terá maiores volumes disponíveis, bem como o óleo de palma do Sudeste Asiático entra em sua fase de alta produção da temporada. Assim, os preços do óleo tendem a ficar um pouco mais fracos do que os de farelo de soja, também em função de uma taxa menor de consumo do óleo", explicam os analistas do Rabobank.

Fonte: Notícias Agrícolas

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